Tu, pessoa considerada saudável, conheces alguém encantador. O envolvimento torna-se inevitável, a conversa é agradável, os olhares são cúmplices e a verdade acompanha cada encontro de vocês: sim, ele é soropositivo. Está em um período assintomático, sem necessidade de medicação e portanto sem os efeitos colaterais dos coquetéis ou internações hospitalares, mas com a possibilidade de que um dia isso poderá acontecer.
Uma pessoa interessante, inteligente, de humor rápido, que trouxe como herança de um antigo relacionamento o hiv. Não é usuário de drogas pesadas nem afeito a nenhuma forma de vida excêntrica. Como diria Belchior um cidadão comum desses que se vê pela rua. Apreciador de um bom churrasco, com muitos amigos, algumas manias - quem não as têm? - amado pela família.
Com trabalho estável e apaixonado pelo que faz. vida social razoável e oscilando entre momentos de crise e de péssimo humor e outros em que realiza planos maravilhosos para sua vida. Lida com seu estado com responsabilidade e consciência realizando acompanhamento clínico e os exames com periodicidade.
Diz que te adora, e tu sabes que é verdade, e é soro positivo. E então, namorarias?
Estima-se que 600 mil pessoas no Brasil vivam com o HIV ou já tenham desenvolvido a aids. O HIV entra no organismo humano e pode ficar incubado por muitos anos sem que o indivíduo apresente nenhum sintoma ou sinal de doença. A expectativa de vida dos portadores de HIV cresceu significativamente graças a nova geração de medicamentos. O comparecimento periódico ao serviço de saúde de uma pessoa portadora do HIV, para os exames de rotina, solicitados pelo médico, possibilita precisar sobre o início do tratamento com os anti-retrovirais ou sua modificação. Para o casal soro discordante que desejar ter filhos já existem técnicas que garantem segurança ao bebê. Para homens, através da lavagem de esperma e para mulheres, a fertilização in vitro é acompanhada de outros métodos.