Rosseau, 43 dias em 31/07/05
Tudo começou em um dia de inverno. Não nevava, mas ele parecia feito dela: muito branco, olhos negros, minúsculo e peludo correu em minha direção. Ao longe um gato imponente e laranja o observava desconfiado. Me aproximei do chão, o peguei no colo. Como era lindo!
Naquela noite, chorou muito e precisei passar a noite com a mão dentro de sua caminha para que conseguisse adormecer e nas demais noites acordava de tempos em tempos para ser amamentado, pois havia sido afastado de sua mãe antes do período correto.
Recebeu nome nobre de iluminista, Rosseau, mas com o tempo passou a se comportar mais como um jogador de futebol de time de várzea. Nunca parava quieto, mordia móveis, papéis, exigia atenção em tempo integral. Quando na rua, corria na sem parar, latia muito. Birrento, fazia suas necessidades em qualquer lugar no apartamento e chorava muito.
Um amor egoísta! O pequeno Rosseau sofria pela minha ausência e por ficar muitas horas fechado em casa. Amor egoísta que na noite de natal teve seu fim! Arrumei "suas malas" e Rosseau foi para sua nova casa - minha irmã que também ama animais - onde existe um playground e as crianças do condomínio lhe fazem muita companhia. Lá ele está muito feliz, recebe minhas visitas e atenção. Mas eu sinto muitas saudades dele. E em dias como hoje, em que o céu está cinzento e estou em casa, parece que vou ouvi-lo a qualquer momento latindo a minha volta.
TRILHA INCIDENTAL
Assim ela já vai
Achar o cara que lhe queira
Como você não quis fazer
Tão fácil perceber
Que a sorte escolheu você
E você cego nem nota
Eu não posso te ajudar
Esse caminho não há outro
Que por você faça
Quando muito ainda pouco
Você quer infantil e louco
Um sol acima do sol
Mas quando sempre é sempre nunca
Quando ao lado ainda e muito mais longe
Que qualquer lugar
(Acima do sol, Skank)